quarta-feira, 27 de abril de 2011

Está pulsando, eu sinto.
Sangue entra, sangue sai...
Sangue entra, sangue sai...

Não. Mas não está no coração.
Está na cabeça.
É um líquido pegajoso
que se espalha por todo meu encéfalo,
contaminando todos meus sentidos.
O olfato, a audição, o paladar,
o tato, a visão... Contaminou tudo!
Em cada movimento, em cada pensamento,
lá está.
Mesmo quando não se vê, não se sente,
lá está:
no riso, no choro, no abraço, nas palavras;
O que não é, será...
Tudo acaba em saudade.

Onde há memória, há saudade.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sigo esperando o dia em que a sorte irá sorrir para mim. Enquanto isso corro atrás dos meus sonhos e vejo a sorte rindo de mim.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hoje recebi de uma amiga e colega de Movimento Estudantil o link de uma coluna da revista Veja sobre o Movimento Passe Livre e as manifestações contra o aumento das tarifas do transporte "público" daqui de São Paulo. Li até o final sem acreditar no que estava escrito.

Pois bem, escrevi alguns comentários que não conseguiram ficar guardados:

"Os parlamentares foram ELEITOS, representam a sociedade. Os seus 'depredadores' não representam ninguém — nem mesmo os que andam de ônibus, já que esse não é o caso deles." A pessoas na rua, protestando por seus direitos de ir e vir não representam a sociedade? Representam muito mais do que os muito bem pagos seres eleitos para o "poder" que normalmente ficam a parte da realidade da sociedade.
"Vocês pagam para que eles tenham acesso a informações qualificadas, não para se comportar como vândalos 'em nome da cidadania'." Faz parte de uma boa educação o conhecimento do que acontece no mundo. Viver em uma "bolha", distante da realidade, não é saudável e muito menos promissor.
"Professores, geralmente daquela terra-de-ninguém chamada 'área de humanas', estão incitando os estudantes a 'participar' do que seria um movimento de cidadania." Terra-de-ninguém a área das humanas? Tenho medo do que este tal de Reinaldo Azevedo considera como uma boa formação para os nossos jovens.
E quanto à passagem que continua abaixo do custo, o salário mínimo também continua MUITO abaixo do digno para um trabalhador.

Cada vez mais percebo que a Veja é uma péssima revista. Publicar isto... Faz favor!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

?!

"Não é difícil morrer nesta vida, viver é muito mais difícil."
Sábio Maiakóvski!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Força.

Um frio na barriga, um aperto no peito. Estou sobre o mar e as areias que por muito tempo foram meu refúgio constante. E ainda são, mesmo que mais espaçadamente.
Olho para o lado e na poltrona 4E está sentado um senhor desconhecido, lendo serenamente uma revista qualquer. Olho para o outro lado e vejo a ponta da asa e aquela imensidão que costumo chamar de paz: o mar... De cima a "minha" praia, que conheço cada palmo desde os meus primeiros anos, parece infinita. Tão infinita quanto o mundo que tento abraçar e nunca cabe entre minhas mãos.
Olhando para o tapete azul que agora se mistura com barcos e algumas nuvens, lembro da última vez tive a mesma vista. Foi em 2001 quando, em meus ingênuos 13 anos, parti para terras frias em uma breve temporada. Naquela época a dor da partida era para mim ligeira, quase indolor. Eu ainda não tinha experimentado me despedir de uma vez de tantas pessoas amadas. Muito menos tinha responsabilidades tão grandes sobre o meu destino.
Passam flashes em minha mente. Lembro-me de tantas partidas, tantos reencontros. Não entendo por que sempre forço tanto as despedidas. O coração, ao mesmo tempo que se rasga de dor, manda eu seguir, ir mais longe, voar mais alto. E é para mais alto que o avião segue. Subindo até desaparecer o azul do mar embaixo do branco das nuvens. O azul agora fica por conta da imensidão do céu. Adormeço.
Queria eu acordar e perceber que a dor foi só um sonho. Mas acordo já em terras alheias. Não estou em casa, mas é o que por hora tenho que chamar de casa. Algumas coisas não podemos escolher; outras escolhemos e acertamos; outras ainda são escolhas infelizes. Não sei se foi certa ou errada, mas a escolha que fiz com certeza me fez ver o mar, o céu e os dias de outra forma.

E agora, na companhia do álcool e do cigarro, eu só peço que o sono me carregue e faça esquecer essa dor.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Em frente apenas o mar, atrás uma vida. Meus pés brancos, descalços tocam a água. Em frente o futuro, atrás uma cidade. Me distancio, fujo do recente passado.
Fugir sempre parece mais fácil. Não olhar para trás é covardia, mas é o que resta às vezes. Só esqueceram de me avisar que nunca fugimos por completo. Sempre voltaremos o olhar, sempre.
A lágrima sempre rolará nas páginas de um romance ou nos ombros de um novo amigo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E quando o corpo já não aguentava, o vento veio trazendo novas forças para continuar a caminhada.