segunda-feira, 31 de maio de 2010

Hematomas

Ouvir verdades nem sempre é fácil, ainda mais quando são ditas por pessoas que admiramos, adoramos. Jogaram na minha cara minha fraqueza. Falaram sem dó a confusão que é a minha cabeça, os caminhos milhares que se contorcem na minha frente.
Meu estômago dói novamente, a ansiedade me corrói. Não roo minhas unhas por pura vaidade, mas o cigarro insiste em voltar para minha boca, e ele me acalma. As doses de licor me fizeram perceber que é tudo verdade e que não posso fugir. Mesmo assim corro. Não fisicamente (estou parada no mesmo lugar), mas corro dos meus pensamentos.
Deito na cama para me esquecer do mundo, mas meus olhos não fecham e no teto passa um filme de ação. A personagem principal corre desesperadamente atrás de um trem, busca o tempo, busca o amor, busca a felicidade... A personagem sou eu. Corro, tropesso, caio no chão e choro... Durmo. Sono profundo, sonhos conturbados, choro, aflição.
Acordo e identifico os hematomas, não no corpo, mas no coração: o mundo me espancou.