terça-feira, 13 de julho de 2010

Nove horas, o despertador toca. Abro meus olhos e a cabeça dói lembrando que ontem bebi um pouco além da conta. Bebi para esquecer teu rosto, como faço todos os dias. Bebi para esquecer que há algum tempo me apaixonei por ti.
Fecho os meus olhos e te vejo, andando em um corredor escuro com uma luz ao fundo, parece uma daquelas cenas de filme. Só vejo a tua sombra, tua silhueta, mas não tenho dúvidas, és tu. Tanto te admirei que conheço cada traço, cada curva do teu corpo e tenho gravado na minha cabeça o teu jeito de andar. Tu vens em minha direção, andas lentamente e o caminho parece não ter fim.
Reviro-me na cama e abro novamente os olhos. Não estás aqui, como já imaginava, mas teu cheiro ficou em mim. Prendo a respiração para que mais essa ilusão passe, mas ao voltar a respirar percebo que foi em vão. Teu perfume já está entranhado em mim, assim como os teus dedos que ainda sinto apertando minha cintura. São as lembranças de nossas noites de amor.
Levanto-me, sirvo um copo com água. Bebo enquanto busco outros pensamentos. Tento me lembrar de músicas que costumava ouvir, mas as únicas palavras que escuto são as que tu pronunciaste. Concentro-me e consigo cantarolar uma, mas os versos não me ajudam.
Desisto. Não será hoje que te esquecerei. Quem sabe amanhã eu não sonhe contigo e não acorde com tantas lembranças. Ou quem sabe amanhã eu receba tua visita, nós nos beijemos e tudo fique bem... Mas isso é mais uma ilusão.
Lembro mais uma vez o teu beijo enquanto as lágrimas correm. Ainda vou te esquecer.

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